Embora já desgastada, a expressão "o Brasil não é um país sério" é repetida como um mantra por todos os cidadãos de bem - nacionais e estrangeiros.
Atribuída a Charles De Gaulle, os historiadores afirmam que a frase foi cunhada por um embaixador brasileiro durante o episódio conhecido por “Guerra da Lagosta” (1962-3), em alusão a um conflito pesqueiro entre a França e o Brasil.
O pior é que a frase retrata exatamente o real conceito que fazemos do nosso país, pois a cada dia assistimos exemplos que reforçam esse sentimento.
A edição do jornal online O Globo de hoje (09/07) estampa a manchete “Planalto tenta acalmar Luiz Antonio Pagot, chefe do Dnit” e relata que o governo está procurando desesperadamente calar a boca de Pagot, que a conta-gotas vem envolvendo mais e mais gente no esquema de corrupção que havia no Ministério dos Transportes e órgãos afins sob o comando do ex-ministro Alfredo Nascimento.
As mais recentes estocadas de Pagot atingem Paulo Bernardo, das Comunicações, e teme-se que, no limite, possam de alguma forma envolver Gleise, mulher do ministro e chefe da da Casa Civil, e outras figuras proeminentes do governo.
Qualquer país sério aproveitaria a disposição denunciatória de Pagot para ir a fundo no episódio e limpar o governo federal dos corruptos que forem aparecendo. Como o Brasil não é assim, os governantes preferem abafar o caso e colocar a sujeira debaixo do tapete.
Os esforços para calar o denunciante vai na contramão da sensatez e do interesse público. O certo é incentivar o denuncismo para que se possa conhecer, sem exceção, todos os integrantes da quadrilha e todos os meios utilizados para saquear os cofres públicos.
Além disso, há que haver punição para o PR, partido da maioria dos envolvidos e que em vez da condenação pública das malfeitorias praticadas pelos seus integrantes tratou-os com suspeita condescendência. O mínimo que se esperaria de um governo sério, em situações como essa, era a colocação em quarentena de todas as indicações políticas da agremiação, mesmo com o custo de eventual perda de apoio político.
Mas pelo que se vê, na avaliação governamental manter o apoio político é mais importante do que colocar os recursos públicos a salvo dos abutres.
Resta aos brasileiros, já cansados e até resignados com tanta corrupção, torcer pela seleção brasileira no confronto de hoje contra o Paraguai, único momento em que esta Nação nos dá um pouquinho de orgulho (nem sempre, também é verdade).
CLIQUE AQUI para acessar a íntegra da reportagem de O Globo “Planalto tenta acalmar Luiz Antonio Pagot, chefe do Dnit”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O seu comentário nos auxiliará no aprimoramento das postagens. Obrigado!